segunda-feira, 25 de maio de 2009

Impõe-se a mudança

Já falei aqui na exclusão dos Advogados-estagiários do Sistema de Acesso ao Direito.
Continuo a não perceber e a não aceitar.
Por vários motivos, mas acima de tudo porque o conhecimento que eu tenho do sistema e do modo como, na generalidade dos casos, é exercido o patrocínio oficioso me leva a concluir, sem margem para dúvidas, que os estagiários são necessários ao bom funcionamento do sistema.
Aliás, atrevo-me a corrigir: somos nós, Advogados e sociedade civil, quem precisa dos estagiários, porque eles são os Advogados do futuro.
Tratar os estagiários como se não fossem Advogados - que são - constitui uma ofensa a princípios fundamentais do exercício da nossa profissão, de respeito entre Colegas e de passagem de testemunho, para começar.
Antes de serem estagiários, são Advogados. Aos quais se aplica o Estatuto da Ordem, os direitos e deveres dele decorrentes.
É uma violência e uma injustiça tratá-los como se fossem advogados de 2ª categoria, ou como se nem sequer fossem advogados!
Os estagiários têm a sua competência limitada nos termos do Estatuto, sempre tiveram; é uma limitação natural e imposta pela ainda reduzida experiência. Atribui-se a responsabilidade em função da experiência.
Mas tratá-los como incompetentes é inadmissível!
Não aceito a exclusão dos Advogados-estagiários do Sistema de Acesso ao Direito e faço tenções de pugnar pela mudança do status quo.

domingo, 17 de maio de 2009

A vida é bonita

Todos os dias damos algo como garantido: os amigos, a família, a saúde, a capacidade de trabalhar ou apenas os dias de sol.
E há dias em que nos apercebemos de que não aproveitámos aquilo que tínhamos.
Nesses dias, mais do que nos outros, temos de ser capazes de "dar a volta por cima". Porque um insucesso não pode determinar o resto da nossa vida.
Saíram há poucos dias os resultados das provas de aferição. Na pauta encontrei nomes conhecidos com notas muito boas; outros com notas que ficam aquém das suas capacidades.
Espero que cada um dos "meus meninos" que teve uma ou mais notas insuficientes se lembre de que a insuficiência é uma classificação atribuída por terceiros. A suficiência está dentro de nós.
Para a próxima correrá melhor. Enquanto temos amor pelas coisas, pelos outros ou por aquilo que fazemos, vale a pena seguir em frente e aproveitar o que a vida nos oferece.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

O medo de falhar

Um Colega mais novo telefonou-me várias vezes nos últimos dias, claramente aflito.
Sucede que tinha marcado para estes dias um julgamento num processo em que representava o assistente, e tinha a consciência de que o arguido estava representado por um Senhor Advogado, mais velho, mais experiente e menos nervoso do que ele.
Este Colega tinha medo de falhar no acompanhamento do processo, de deixar escapar alguma coisa, porque o "outro" Advogado sabe mais do que ele.
Eu tranquilizei-o: ter medo de falhar é óptimo, porque conscientes desse medo "blindamos" o processo, dominamo-lo até à náusea, preparamo-nos para situações que só vêm nos livros e o acompanhamento que fazemos de um processo nessas circunstâncias é sempre o melhor possível.
Soube hoje que a "coisa" não terá corrido mal...

sexta-feira, 1 de maio de 2009

E um Bar torna-se uma Taberna

Na entrada do CFO encontramos um mapa, que nos redirecciona para a área de cada um dos vários Conselhos Distritais.
Dentro de cada uma dessas áreas há uma "sala de chat" e uma sala de debate; a esta é também dado o nome de "Bar", por aí se discutirem temas jurídicos em ambiente de tertúlia, distinguindo assim esse espaço da área específica de formação.
Com a graça que lhe é conhecida, o gestor do CFO autodenominou-se "barman", e como tal é - era - tratado pelos frequentadores habituais do CFO-CDL.
Sucede que soube agora que um "páraquedista" resolveu chamar "taberneiro" ao "barman".
Abstraindo da circunstância de tal tratamento ser resultado de totais faltas de educação e de respeito, lembrei-me de que, afinal, a qualidade de um local se mede pela qualidade dos seus frequentadores.
Aparentemente - e a avaliar pelas palavras de quem agora o frequenta - o "bar" passou a ser uma "taberna".
Porque será que eu não estou surpreendida?